domingo, 20 de julho de 2008

Lucubração de algum acalento ainda a noite.

Soneto do acalento previsto.

'Inda surgindo um verseto
Das noites sequer dormidas
Compostas d'oras doídas
Construíndo teu soneto

Mas toda minha alegria
Teria algum fim já pronto
Típico de qualquer conto
Qual tu'espera me faria

Quero escutar um rangido
Saber que te aconchegares
Sentir-mo corpo tangido

Suspirando por meus ares
À luz fraca como vela
Dormir no acalento dela

(Ronald Wegner Neto)
---
Achei que poderia mudar um pouco de um para o outro e ver como cada um reage aos meus desejos. Assim escrevi dois sonetos como se um fosse outro lado do outro.
---
Soneto do acalento querido

'Inda surgindo em versetos
De noites nada dormidas
Nas quais senti as feridas
Falta tua em meus sonetos

Que toda minha euforia
Tenha algum fim em meu pranto
Lírico para algum canto
Qual te esperar causaria

Ouvir da porta um rangido
Ter que foi tu que a abrires
Sentir-mo corpo tangido

Saber que foi tu que vires
Mulher minha bem querida
Mesmo falsa tua vinda

(Ronald Wegner Neto)
---
Talvez um seja certo, outro pedante. De certo não sei porque insisto em escrever poemas (tentar los escrever), sendo que não sou muito bom com eles.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Texto sem título II

Do que valer-me-ia a morte, sendo que apenas em vida tenho ensanchas de - mesmo que em arroio - seguir algum objetivo, por mais extravagante ou comum que seja. Se da falta de motivos para viver enxerga-se a morte, eu vejo mais vida voltada para o indivíduo sem motivos. Seguir sem motivos é o aspecto mais natural que um ser humano pode alcançar. Também se não vê motivos para viver é porque chegou a alguma plenitude, basta agora seguir com ela, ufanando-se até onde pode. Ufanar na verdade apenas quando os motivos para a vida deram em sucesso, mas quando um destes motivos nos abandona, vale mais valorizar aqueles outros sucessos. O nosso interesse é bem mais amplo e verdadeiro do que enxergar algo que não nos merece, algo que vai nos deixando.
Motivos fracassados podem ser fruto do desprezo das pessoas que nos cerceam. Se nos desprezam não é por falta nossa, mas por indolência dos outros em não ter em mente nossos acertos. Outras vezes é por não termos feito o suficiente para perceberem que somos de fato grandiosos. Aceitação é a palavra que muitos correm atrás de qualquer maneira, fazendo inclusive o que não é aceito de todo bem em alguns casos. Aceitar alguém ou alguma idéia, não é o que faz o outro lado te aceitar. Este é um exemplo de lado que não te merece nem a atenção, mesmo que você possa tomar como motivo de vida, este motivo já está em ponto de abandono, não vale correr atrás e se quebrar em um tombo.
Sobre o desprezo, ausência de motivos para uma vida, tomar a morte como objetivo final para mostrar aos outros de nada vale, qual a certeza de que vão ter remorso, que vão considerar então tuas idéias, e qual a graça se nem poderemos ver depois o que acontece com o resto do mundo a nossa volta. Somente na vida podemos fazer perceberem. Algum ponto que eu posso querer chegar - sim, eu deixei o texto me dominar - é de que não nos vale deixar a morte como resposta para abandonos de nós mesmos. Nos vale apenas a vida para fazer por nós, ver por nós e mostrar para os outros o que somos nós. Se daqueles que nos abandonaram, chegar mais longe, assim que nos perceberem, faremos o que nos vier na vontade. É uma questão de trabalho a mais.
.
Conseguir dizer do porquê concebi este texto não me é possível, entretanto foi um jeito de ver se com o tempo absorvo ânimo com estes textos, ainda adquirir algum respeito maior para mim por mim. Um pouco de minhas reflexões me fez pensar que neste primeiro semestre do ano finalizado eu fiz quase nada. Comecei aula de violino, treinei um pouco de conhecimento de música, ouvi mais MPB e bandas desconhecidas da Europa adentro e algumas outras conhecidas do Japão. Criei em mim certo gosto pelo tango com vontade de aprender a dançá-lo. Sim, pintei meu quarto, ouvi alguns desabafos, guardei segredos (continuo guardando) e li pouco até hoje.
Sei que este tipo de análise é digna de fim de ano, mas não vou esperar mais 6 meses vazios para só então perceber o que eu fiz de errado, assim começar a corrigir depois de outros 6 meses não muito produtivos. Digo a todos: feliz ano de dois mil e oito. Se ainda não foi, faça para ser, não espere para prometer na passagem para o ano de dois mil e nove.
Estabelecer horários de leitura mais rígidos é um ponto que verei até onde é-me possível seguir. Espero que 2 horas por dia eu consiga estabelecer, chega de ler pouco, ler mal. Quero ler com mais atenção e profundidade.
De a música, desejo ouvir mais Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso, Astor Piazzolla, Chopin (interpretações de suas peças), Titãs (banda preferida) e outros artistas que serei apresentado no decorrer deste tempo novo, deste tempo que nem sei como haverá de ser. Praticar os instrumentos musicais no meu quarto com mais assiduidade, 1 hora nem sempre é o suficiente para se dedicar a algum instrumento por dia.
De outra parte do meu tempo por dia estudar línguas. Na hora da matrícula vi duas matérias em horários que eu posso acessar com facilidade. Língua instrumental italiana e francesa, em horários pela tarde, em horários que eu estou acordado, até bem acordado, sem que conflite com outros estudos. Isto pela Universidade Federal do Paraná, tendo em vista que as matérias de física mais uma vez não as levarei muito a sério. Consegui passar pela segunda fase do PROVAR e mudar-me-ei para ciências econômicas. Não consegui alemão instrumental II, pois não tinha como opção, fazer o quê? Esperar mais um pouco, começar planos para 2009 desde já. Planejar! Achar motivos, ver se fogem ou me abraçam. Os que fugirem um pouco, tentar até que fujam por completo. Meu crescimento será tamanho que por mais que fujam, não serão fugas totais.
Das danças, ainda preciso ver sobre o tango, se possível começar por agosto. Gostaria muito de conhecer danças de ritmos típicos como minueto, alemanda, sarabandèe e courant. Claro que tem outros ritmos, só lembrei estes por horas. Tem gigue também. Sei lá das pronúncias. Todos os tipos de arte que não me aprazia na infância vieram agora em encantos fortes. Eu me dar à dança e música. Há dois anos jamais apostaria nisto. Preciso amolecer um pouco meus corpo e meus movimentos, criar porte. Cansei um pouco deste desleixo. Neste ano não tinha desabafado tanto, talvez eu esteja percebendo o que este blog pode fazer por mim, ou o que eu posso fazer nele por mim.
Vou começar a planejar o resto do ano e da minha vida a partir de agora, quero um dia sair de casa, constituir família e muitos outros sonhos de tantas pessoas. Começarei neste mês de julho a planejar o resto do ano começando por agosto. Esta é minha resposta de começo a mim que estava abandonando a minha vida. Se alguém ler este blog com freqüência, ao perceber que eu fugi desta mensagem, dê-me um puxão de orelha. Preciso crescer, correr atrás dos motivos que eu fiz me abandonarem, que mesmo assim ainda me querem interessado por eles.
Super Isto!

domingo, 6 de julho de 2008

De abraços e contagem.

Na vida em cartas tantos mais abraços podemos dar quanto maior o número que conhecermos. Alguns diriam: muitas dezenas de abraços, outros centenas ou ainda milhões. Ainda mais daríamos se explicarmos cada infinito de cada porção de letras a-b-r-a-ç-o-s.

De outra sorte do que vale prometer todos os abraços que pode-se dar, quando segue-se que o abraço a uma causa não dá-se possibilitado. Quando escreve-se abraços não é deixar o destinatário escolher à sorte, apenas alumiar um pouco d'outro espírito quanto a sorte de ter-se então abraços de alguém.

Discorrer do resto do que trata um abraço não cabe a mim, não neste momento. Paro por aqui.

-----

Tive algumas idéias de madrugada, escrevi no papel para depois do sono escrever algumas delas. Talvez nenhuma delas seja boa. O que interessa é: eu tive algumas idéias a mais ultimamente. Só isto!

Poema III

"daí-mo teu legado
ouvide ao sentir
interno luzir
de um trono gelado

ilóta calado
vítima onde rir
a mesmice vir
novir ultrajado

alerta ignavo
semeando vida
provocando iras

uma voz ouvir
toda a ufanar
outra zurzidela"

Ronald Wegner Neto
.
Sim! Sei lá o que escrevi, acho que usei métrica, mas desta vez tentei brincar de soneto com outra regra que não tem graça se eu contar. Não sei fazer poema, admito. Mas eu faço! Não sei flar de poesia. Mas eu falo! Sei lá o que fazer. Mas eu faço! Qualquer semelhança com algo que já tenho ouvido, não é mera coincidência, apenas fiz algo no estilo. Eu usei quatro regras base para o soneto, sendo uma delas a métrica e rimas das duas primeiras estrofes. Pode não trazer muito significado embutido por ter usado duas regras absurdas, mas ele que deu a graça do soneto para mim. Por incrível que pareça até gostei do resultado. Minhas lucubrações são até vez ou outra produtivas. Preciso aprender a usar mais sílabas poéticas, heróicos e alexandrinos não são para mim. Sim! Eu gosto de métrica e regra estranhas para fazer um poema, trabalhar em cima do que você mesmo se impôs. Daqui uma semana odiarei o poema e as regras que usei nele, até mesmo o significado pode ser inútil daqui algum tempo. A verdade é que os 3 últimos versos foram meus preferidos.
.
Escrevi muito pouco e quase nada de útil. Talvez seja só isto agora! Só isto!